O Estádio Municipal “Tenente Siqueira Campos”, da Rua Humaitá, ao lado do Cemitério São Bento, tinha um público cativo nos finais de semana com as partidas dos campeonatos amador, regional, juvenil, dente de leite e torneio de operários, naqueles dourados anos 1960 e 1970.
Cada torcedor tinha seu lugar preferido para assistir aos jogos e também conhecia o elenco de todos clubes. Antes das atuais apostas online, o divertimento era o bolão de linha – camisas 7, 8 , 9 , 10 e 11 sorteadas entre os papeis amassados – e valia o primeiro gol da partida.
Em dia de decisão o centenário Municipal – inaugurado em 1924 – ficava apinhado de gente em todas as suas dependências, como na final do Amador de 1972, disputada entre o Verdão, da Vila Xavier, e o Tricolor, do Carmo.
Preocupada com a boemia em véspera de decisão, a diretoria do Verdão concentra o atletas em uma estância de descanso na região nordeste de Araraquara, e ainda monta uma equipe de vigilância em torno das janelas dos quartos.
Já a diretoria do Tricolor opta pela liberdade e responsabilidade de cada um. Habitualmente, os atletas se reuniam no Bar do Mexerica, no Centro, aos sábados para tomarem cervejas e a tradição é mantida mesmo antes da decisão, inclusive com amigos e torcedores.
Antes da meia noite os jogadores se recolhem para a final do domingo de manhã, menos os torcedores que foram perturbar o sono do adversário do outro lado da cidade.
A partida estremece o lotado Municipal e os atletas do Tricolor levantam o troféu de campeão, com a vitória épica por 4 a 3.
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