Um dos assuntos do dia mais importantes no futebol paulista, foi a demissão sumária de Rogério Ceni (ocorrida na quarta-feira) e a imediata contratação de Dorival Júnior (ocorrida nesta quinta), para ocupar seu lugar como treinador do time principal do São Paulo. Eu fui um que já pedi essa troca desde que Ceni foi desclassificado do último Paulistão nos pênaltis, diante do Água Santa, de Diadema. Afinal, ele teve tempo de sobra para preparar seu time mas não mostrou nenhuma competência para fazê-lo.
Naquele momento, eu já achava que não havia mais motivo para segurar Ceni, com o que não concordou Julio Casares que preferiu adiar a decisão mais um pouco. Mas quando veio a derrota para o Botafogo, não deu mais para segurar o rojão. Casares então demitiu Ceni (na quarta) e contratou Dorival Júnior (na quinta). Era o que precisava ser feito.
ESCOLHA ACERTADA
Quanto a escolha no nome de Dorival Júnior para o cargo, eu fui a favor dela no ato. Afinal, Dorival é um técnico de boa qualidade, experiente e preparado para reorganizar o São Paulo. Basta citar seu último trabalho no Flamengo, onde ganhou a Libertadores e a Copa do Brasil sem deixar margem a dúvidas. Agora, no São Paulo, ele poderá reorganizar o time, definir um novo esquema tático e acabar com aquele martírio que era ver Rogério Ceni mudar escalação e sistema de jogo a cada dois ou três dias.
Com Dorival no comando, isso jamais irá acontecer. Certamente haverá um time base e um relacionamento menos tenso entre técnico e jogadores (um dos maiores problemas de Ceni com o elenco que comandava).
PRESIDENTE TEM QUE AGIR
E já que Casares resolveu agir, que trabalhe também para evitar mais atrasos de salários como têm acontecido; que especialista em publicidade como é, trabalhe duro nesta área para conseguir mais patrocinadores para o futebol de seu clube (que fatura muito menos que seus maiores concorrentes) e que se preocupe mais em bem administrar o clube, ao invés de valorizar mais sua campanha para reeleição, que só interessa a ele e seu grupo político.
E mais. Soube que a venda de ingressos para os jogos do São Paulo é uma balbúrdia. O atendimento ao sócio torcedor é quase nulo. Nos momentos de pedir informações, não há ninguém para atendê-lo, ao contrário do que acontece, por exemplo, no Palmeiras e no Corinthians, que são exemplos nesta área. Na verdade, Julio Casares nos últimos meses parece estar no cargo só para paparicar sócios de seu grupo e aparecer em fotos em dias de vitórias ou na chegada de algum reforço para o elenco tricolor.
Os projetos de cobrir o Morumbi ou modernizar a estrutura do futebol profissional e amador, anda no ritmo de tartaruga, e não progride no ritmo que deveria. É trabalhar ou trabalhar, presidente Casares. Se não estiver disposto a isso, pegue o boné e vá embora. Chega de tanta letargia e acomodação diretiva. O São Paulo precisa voltar ao seu lugar, mas sem trabalho sério e intenso, jamais sairá do buraco em que o colocaram.
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