Feliz com a classificação da Ferrinha, mais feliz fiquei quando soube que o adversário nas oitavas seria o Juventus, revivendo, desta maneira, o tradicional clássico dos dois únicos times de São Paulo que vestem uniforme grená.
É o tipo de jogo que nos trás ótimas lembranças, uma vez que, quando repórter esportivo, tive várias oportunidades de trabalhar na Rua Javari, aliás, tenho comigo ser o estádio juventino e o Estádio Ulrico Mursa da minha querida Briósa santista os mais charmosos do Brasil, e em torno deles existe uma mística muito interessante, isto é, o profissional atuante no meio esportivo que nunca trabalhou nestas duas praças, não pode ter chancelada a sua qualificação de comunicador esportivo, se não apresentar a prova de ter trabalhado nestes dois estádios.
A última vez em que estive na Rua Javari foi no dia 04 de dezembro de 1982, pela última rodada do Paulistão de 82, quando a AFE bateu o Juventus por 3 a 0, resultado este que valeu a classificação para a Taça de Ouro de 1983, hoje Brasileiro da Série A.
Nossos gols foram anotados por Fantato, Jorginho e Zé Roberto. Me lembro de ter viajado para a Capital a convite do técnico Diede Lameiro e também do diretor de futebol Vicente Martinez e Martinez, conhecido Tim Tim. Como Diede era conhecedor dos bastidores da Federação Paulista, viajamos os três na sexta-feira para, à tarde, estarmos na Casa do Futebol. A equipe de Diede Lameiro, que não havia feito um bom primeiro turno, terminou o campeonato na sexta posição, deixando para trás Guarani e Santos.
O campeonato terminou com o Corinthians com 60 pontos, São Paulo 55, Palmeiras 45, Ponte Preta 44, Juventus 42 e Ferroviária 41. Ficamos à frente do Guarani pelo melhor saldo de gols. Depois da partida Juventus 0 X Ferroviária 3, aconteceu um fato curioso, o nosso zagueiro José Luis Mauro, mais conhecido como Vica, demorou mais de uma hora para fornecer material para exames, ele que foi sorteado para o antidoping.
Como tudo era só festa e alegria, voltamos de São Paulo com o antigo ônibus Mercedes-Benz que a Ferroviária possuía, dirigido pelo não menos competente motorista Leonildo Pestana. Foram somente 42 anos...!
Na foto Fábio Santiago entrevistando Douglas Onça no Estádio da Fonte Luminosa nos anos 80.Fonte :Acervo do Paschoal Gonçalves da Rocha.
FONTE/CRÉDITOS: Fábio Donato Gomes Santiago
O texto acima expressa a visão de quem o escreveu, não necessariamente a de nosso portal.
Comentários: