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O bairro do Santana, o Guaraná “Mimosa” e a Copa do Mundo de 1982!

Professor Alexandre José Pierini - Uniara.

O bairro do Santana, o Guaraná “Mimosa” e a Copa do Mundo de 1982!
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1982. Ano de Copa do Mundo. A seleção canarinho estava voando. Sócrates, Zico, Falcão e companhia desfilavam talento mundo afora, jogando bonito e fazendo placares elásticos contra qualquer seleção adversária.
 
A torcida brasileira estava em polvorosa e empolgada. As ruas do bairro do Santana, próximas ao Colégio Narciso da Silva Cesar estavam pintadas em verde e amarelo e com bandeirinhas penduradas com as cores da seleção. A criançada feliz, gritava os nomes dos jogadores ao embalo do samba de Junior e companhia: “Voa canarinho, voa, mostra na Espanha o que eu já sei”, era o hit da Copa do Mundo que aproximava a seleção brasileira da população.
 
Logo no primeiro jogo contra a seleção russa de Dasaev e Ball, um “frango” de Valdir Peres assustaria a torcida brasileira até o lindo gol de Sócrates de fora da área, num chute indefensável para o goleiro russo. A alegria contagiou a molecada que saiu para as ruas com confetes e serpentinas, um verdadeiro carnaval se fez presente, mas o ápice viria com o golaço de Eder num petardo de fora da área decretando a vitória canarinho.
Depois desse jogo, a molecada foi para a rua cantar o samba da seleção e todo mundo estava numa alegria contagiante, acreditando no título Mundial, afinal de contas, a seleção brasileira havia apresentado um lindo futebol e ainda tinha vencido uma forte seleção.
 
Após o jogo contra os russos, viriam mais duas vitórias convincentes contra as seleções da Escócia e da Nova Zelândia, foram duas goleadas acachapantes e um futebol vistoso, bonito e alegre. Zico comandava o meio campo da seleção junto com Sócrates e Eder que era o grande jogador do ataque canarinho.
 
Para o brasileiro de maneira geral, o futebol apresentado até aquele momento pela seleção era motivo de orgulho. Toda criança era um Zico ou um Sócrates em potencial, onde havia crianças e adolescentes reunidos com uma pelota em mãos, esses nomes eram os mais falados, assim como o samba da seleção que se ouvia a todo momento nas rádios locais.
 
Com a classificação para a próxima fase, a seleção brasileira iria enfrentar logo de cara a Argentina que havia sido campeã em 1978. Era um confronto muito duro, pois do lado argentino tinha Ardilles, Ramon Dias, Tarantini, Passarella, Maradona e outros craques que tinham fama mundial tanto pelo talento na posse da bola como pelas faltas violentas que faziam. A seleção brasileira deu um show de bola nos argentinos que ainda tiveram um jogador expulso, final 3 x 1 para a seleção brasileira.
 
O país entrou em êxtase com a vitória sobre a seleção argentina. Os jornais apresentavam os jogadores sendo entrevistados. Junior aparecia no programa de domingo a noite com o clip do samba, Tele Santana falava aos microfones dos principais noticiários, enquanto o personagem Zé da Galera de Jô Soares cobrava do treinador brasileiro a presença de um ponta, já que a seleção jogava com apenas dois atacantes: Serginho e Eder.
A seleção brasileira foi para o jogo contra a Itália com a moral lá em cima. Havia feito os resultados contra todos os seus adversários jogando o fino da bola, a maestria de Zico e Sócrates encantava o mundo, a Itália chegava de certa forma como zebra, pois se classificou de maneira difícil na primeira parte da Copa, uma seleção com características mais defensivas e em tese um futebol mais feio, mas com muita tradição no mundo da bola.
 
No dia do jogo, a molecada se reuniu na casa do Betinho, lá no Santana, tinha uns quinze moleques assistindo a partida, a Dona Regina havia feito pipoca para todo mundo e o Guaraná Mimosa, refrigerante famoso de Araraquara refrescava a cabeça da criançada. A euforia era a palavra-chave que norteava aquele momento mágico do futebol brasileiro.
 
O clima era de festa até o “passe maldito de Toninho Cerezo que nunca chegou” e a finalização certeira do canastrão Paolo Rossi, era o terceiro gol dele na partida e daí em diante, o choro se fez presente, a frustração tomou conta do ambiente e o dia se fez noite e tudo acabou.
FONTE/CRÉDITOS: Professor Alexandre José Pierini - Uniara
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